Arquivo João Penha

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Arquivo João Penha

Detalhes do registo

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/UM-ADB/PSS/AJP

Tipo de título

Atribuído

Título

Arquivo João Penha

Datas de produção

1866  a  1918 

Dimensão e suporte

1623 docs.; papel

Entidade detentora

Arquivo Distrital de Braga

Produtor

Fortuna, João d'Oliveira Penha. 1839-1919

História administrativa/biográfica/familiar

João d’Oliveira Penha Fortuna, poeta, cronista e advogado, nasceu em 29 de abril de 1839, na freguesia de São João do Souto, no concelho de Braga. Filho de José Joaquim Penha Fortuna, escrivão de Direito, e Maria José Amália.Concluiu a instrução primária em 1856, a instrução secundária em 1866 e após vários anos de vida boémia em Braga e Coimbra licenciou-se em Direito, em 1873. Contava já com 34 anos. João Penha conquistou prestígio no seio da Academia de Coimbra, pela mordacidade dos seus improvisos e a extravagante vida boémia e noctívaga.Fundou o periódico “A Folha” em 25 de novembro de 1868. De entre os seus redatores, destacavam-se Guerra Junqueiro e Cândido de Figueiredo. Apesar de alguma irregularidade, a publicação conseguiu manter-se ativa durante a frequência universitário do seu diretor e fundador.Terminado o curso de Direito regressou a Braga. Em 1874 começou a desempenhar funções de Juiz Ordinário no Julgado de Braga, exercendo, mais tarde a advocacia, onde granjeou elevada reputação. A morte dos pais e do irmão, Manuel Joaquim Penha Fortuna, com quem foi para Coimbra enquanto aquele se licenciava em Direito, colocou a seu encargo mais de onze pessoas, incluindo sete irmãs solteiras.Teve quatro filhos. Três rapazes e uma menina. Sobreviveu um, João Penha Júnior, perfilhado em 1918, que zelou pelos seus interesses nos últimos anos de vida e assegurou a descendência.João Penha manteve sempre a atividade literária, tendo sido membro da Academia Real das Ciências, secção de Ciências Morais, Políticas e Literatura, admitido em 23 de junho de 1910.Publicou cinco livros de poesia e prosa: “Rimas”, "Viagem por Terra ao Paiz dos Sonhos", "Por Montes e Valles", "Novas Rimas" e “Echos do Passado”. Postumamente foram publicados “Últimas Rimas” e “O Canto do Cisne”.No final de vida, João Penha passou por várias dificuldades financeiras causadas pelo avanço da idade e da doença e pela surdez que o assolava e impedia de exercer a profissão em tribunal.A situação de grande desequilíbrio financeiro em que se encontrava foi relatada em vários jornais, tendo-lhe sido atribuída pelo Parlamento, em 6 de fevereiro de 1917, uma pensão vitalícia de 480$00.João Penha faleceu na sua casa em 3 de fevereiro de 1919.

Localidade

Braga

História custodial e arquivística

O Arquivo de João Penha foi adquirido por compra às irmãs do poeta em 1934. A aquisição foi subsidiada pela Junta Geral do Distrito de Braga, por proposta de Alberto Feio, diretor da Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Braga (BPADB).

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Compra.

Âmbito e conteúdo

O Arquivo de João Penha integra duas séries documentais: manuscritos autorais e correspondência.Na primeira incluem-se manuscritos do próprio e de terceiros como Antero de Quental, Guerra Junqueiro, Cândido de Figueiredo, entre outros.A segunda é composta, maioritariamente, por correspondência recebida. Antero de Figueiredo e Joaquim de Araújo foram os seus "mais fieis e amigos do mundo das letras", pelo que uma parte substancial das cartas que compõem o arquivo são destes dois remetentes.Num total de cerca de duas centenas de remetentes sobressaem Antero de Quental, Guerra Junqueiro, Cândido de Figueiredo, Sousa Viterbo, Júlio Dantas e Bernardino Machado.Os assuntos abordados são essencialmente relacionados com a literatura e poesia, a edição de livros, a publicação de poemas e crónicas em publicações da época, a revisão de poemas e também aspetos da vida pessoal nomeadamente a saúde, o trabalho, a família e os rendimentos.Ainda no âmbito da sua atividade literária existem também cartas evidenciando a sua colaboração com periódicos e a sua participação em eventos culturais e comemorativos.No conjunto epistolar do seu arquivo destacam-se ainda dois grupos de missivas: as de teor profissional, referentes ao exercício da advocacia, e as cartas sentimentais.

Sistema de organização

Documentação organizada em séries formadas pela correspondência recebida e pelas monografias manuscritas.

Idioma e escrita

POR (Português)

Instrumentos de pesquisa

Base de dados de descrição arquivística

Unidades de descrição relacionadas

Relação complementar: Portugal, Universidade do Minho-Arquivo Distrital de Braga, Fundos Pessoais, Arquivo Alberto Madureira.

Notas de publicação

Referência bibliográficaPEREIRA, Elsa – Obras de João Penha. Edição Crítica e Estudo. Porto: CITCEM, 2015. ISBN 978-989-8351-43-2.