Mosteiro de São Martinho de Tibães
Informação não tratada arquivisticamente.
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/UM-ADB/MON/MSMT
Tipo de título
Atribuído
Título
Mosteiro de São Martinho de Tibães
Datas de produção
1528
a
1907
Dimensão e suporte
735 u.i.; papel
Entidade detentora
Arquivo Distrital de Braga
Produtor
Mosteiro de São Martinho de Tibães
História administrativa/biográfica/familiar
Se se identificar este mosteiro com o de Pallatini (Padim) existia pelo menos desde 1071. Já então devia ser protegido por Paio Guterres de Silva que por essa altura se tornou maiorino de Afonso VI de Leão no Condado de Portucale. Deve ter passado à observância da Regra de São Bento durante o abaciado de Nuno, no fim do século XI, pois ele parece ter colaborado ativamente com o arcebispo de Braga S. Geraldo, monge de Cluny. Acumulou numerosos domínios, entre eles três coutos e muitas igrejas de pendentes. Sendo governado por abades comendatários durante o século XV, veio depois a ser reformado por Frei António de Sá, monge beneditino de Montesserat (Barcelona), como administrador em nome do infante D. Afonso, também comendatário. Instituída a Congregação de São Bento em 1567, Tibães foi o seu mosteiro central e residência do abade geral, que era ao mesmo tempo abade da comunidade, eleito por três anos. Aí se realizavam normalmente os capitulos gerais da congregação, também trienais, se conservou o arquivo da congregação, funcionou o principal noviciado (conjuntamnete com os noviciados em Lisboa, Porto e esporadicamente, em Santo Tirso e Rendufe). Era também a comunidade beneditina portuguesa que mais monges possuía. Tinha uma excelente biblioteca, um museu de pintura, uma coleção de numismática. O decreto de 30 de Maio de 1834, inserido na "Reforma geral eclesiástica" extinguiu todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas até à morte da última freira, data do encerramento definitivo. Extinto pelas leis da secularização de 1834 e depois de alienadas as suas ainda extensas propriedades, foi leiloado com a cerca em 1863 e comprado por um particular. Foi adquirido pelo Estado Português em 1986.
História custodial e arquivística
Em 30 de maio de1834 foi publicado o decreto que determinou a extinção das Ordens Religiosas, primeiro as masculinas e, depois, as femininas. No mesmo ano, formulou-se o regulamento de transferência dos bens destas ordens para a Fazenda Nacional. Por arrasto, também os cartórios monásticos foram nacionalizados pois neles se conservavam os títulos de posse e a documentação indispensável à administração dos referidos bens.Estas transferências não foram, na maioria dos casos, bem sucedidas, o que acarretou perdas irremediáveis, nalguns casos totais, no recheio de muitos destes cartórios. Como principais causas apontam-se o abandono a que muitos foram votados; os arrolamentos tardios; os incêndios; a apropriação por particulares; perdas durante o transporte e dádivas abusivas. Em 1917, com a criação do Arquivo Distrital de Braga, todos os documentos existentes nestas repartições foram transferidos para as suas instalações no edifício dos Congregados. Em 1936, ocorreu uma nova transferência, agora para o Paço Arquiepiscopal de D. José de Bragança, atuais instalações deste Arquivo, onde foram colocados no chamado Salão Paroquial.Em 1966, José Mattoso procedeu ao inventário da documentação relativa aos mosteiros beneditinos e em 1983 decidiu-se dar continuidade a este trabalho, inventariando os restantes fundos monásticos e que culminou com a publicação, em 1985, do Inventário do Fundo Monástico Conventual, pelo Arquivo Distrital de Braga.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Documentação transferida em maio de 1917 da Repartição de Fazenda do Distrito.
Âmbito e conteúdo
O conjunto documental distribui-se pelas seguintes áreas e/ou tipologias documentais: tombos, sentenças, prazos, vedorias, recibos, dívidas dos caseiros, fornadas, salários, pensões, quindénios e donativos, acréscimos do celeiro, visitas, arrendamentos, depósitos e manuscritos da livraria do mosteiro.
Sistema de organização
Ordenação temática e cronológica.
Condições de acesso
Acessível, exceto unidades em mau estado de conservação e restrições previstas no regime geral dos arquivos e lei do património cultural (Decreto-Lei nº16/93, de 23 de janeiro e Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro).
Idioma e escrita
POR (Português)
Instrumentos de pesquisa
Base de dados de descrição arquivística.
Unidades de descrição relacionadas
Relação completiva: Portugal, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Mosteiro de São Martinho de Tibães (PT/TT/MSMT).