Acusa a receção da carta de 11 de Dezembro, tendo na altura já recebido um despacho do conde das Galveias com data de 16 de Agosto em que este acusava a receção de várias cartas e de duas memórias, que eram dirigidas ao conde de Linhares. Felicita o destinatário pelas proezas que os russos têm alcançado, as quais poedem mudar a face da Europa, assegurando a liberdade da Alemanha e a independência de todas as potências europeias. Refere-se à formação de um contingente de 70 mil homens, proveninetes da Legião alemã e do exército russo, que será comandado por Bernardotte. A Aústria, apesar do seu parentesco com Bonaparte, já mostrou que não tem intenção de unir-se-lhe, em virtude da oferta dos aliados que permitirá a Viena recuperar os seus direitos em Itália, na Illiria e na Alemanha. Entretanto, o Senado francês votou a favor de um exército de 530 mil homens para servir a "ainda verde e mesquinha dymnastia" bonapartina, o que o autor duvida seja possível alcançar devido ao trauma dos holandeses, italianos e franceses que viram 600 mil dos seus amigos e parentes serem sacrificados às mãos da ambição de Bonaparte, e até os erros crassos cometidos na Península [Ibérica] e na Rússia são reconhecidos pelos seus partidaristas. Assim, as fileiras dos aliados aumentam, prevendo-se grandes transtornos a Napoleão. Lamenta que nestas circunstâncias Portugal esteja sem Ministro acreditados por S.A.R., na Rússia e em Viena para negociar futuras alianças comerciais e matrimoniais. Informa ao destinatário dos rumores que circulam sobre as potências que pretendem fazer Tratados de Comércio com Portugal, aconselhando o destinatário, enquanto Conselheiro de Estado, que impeça a prossecução destas práticas que poderão levar à destruição e ruína total do comércio e marinha portuguesa. Acha que se deve seguir a máxima de João de Wix que estando uma nação em fraqueza ou em dependência de outros não deve fazer tratados desta natureza, deve antes olhar estas propostas com receio porque em vez "de Tratados são Tratadas como [...] lhe chamava o honrado e patriótico Ministro Martinho de Mello". Alerta ainda para a indefinição da fixação da Corte e o adiamento da paz geral poderão influir nestas questões. Exemplifica com o Tratado firmado com a Grã-Bretanha e principalmente com o caso da Companhia do Porto, onde a Inglaterra compeliu Portugal a obrar contra os seus próprios interesses, acabndo assim com a reciprocidade que deve existir nestes acordos. Pede protecção para o requerimento do seu irmão Simão José de Azevedo...
1813-05-13/1813-05-13
PT/UM-ADB/FAM/FAA-AAA/002003
B-15(1, 6)