Carta de Jácome Ratton
Nível de descrição
Documento simples
Código de referência
PT/UM-ADB/FAM/FAA-AAA/001930
Tipo de título
Atribuído
Título
Carta de Jácome Ratton
Datas de produção
1814-12-06
a
1814-12-06
Dimensão e suporte
8 pp.; 204 mm x 251 mm
Âmbito e conteúdo
Descreve ao amigo António de Araújo a nova prensa tipográfica recentemente inventada neste país. Remete um prospecto sobre esta nova máquina que segundo lhe comunicaram o seu preço rondará as mil libras. Existe uma na Universidade de Cambridge e uma já encomendada para a Corte de São Petersburgo. Agradece-lhe por ter apresentado Gameiro, senhor de grande talento no discurso. É de desejar que o domínios portugueses se aproveitem dos erros das Cortes de Madrid, Turim e Roma; desconhece se os intentos da missão de mr. Canning a Lisboa apenas diz-se que foi esperar e saudar o regresso do Príncipe-Regente, mas acha que esta "missão leva àgua no bico". Comenta as negociações em Viena, nomeadamente as manobras dos mais poderosos para, sob pretexto da paz perene, dominarem os mais fracos. Defende que esta é a altura propícia para S.A.R. se intitular Imperador do Brasil e Rei de Portugal; seria de grande satisfação que se visse promulgada por S.A.R. a lei equivalente ao Bild inglês de Navegação, por forma proteger as fábricas, indústria e navegação nacional. Lisboa deveria ser o centro do comércio entre o Brasil e a Europa, por conveniência recíproca. Soub por Gameiro que Eschwege e Varnaghenestão a explorar as minas de ferro e também uma de cobre recentemente descoberta, as quais considera mais produtivas que as de ouro; aconselha a que as mesmos sejm exploradas por particulares. Os agentes de S.A.R. poderiam recrutar no estrangeiro homens e famílias para habitarem o Brasilvisto que seriam necessários bons artistas que saibam trabalhar nas fundições, principalmente nas máquinas a vapor, muito utéis para tais trabalhos. Comenta a formação de associações de capitalistas para administrarem as minas. Refere-se à utilização de latas, feitas com folha de Flandres para a preservação de carnes da fábrica do Rio Grande. Comenta as vantagens desr mesmo estabelecimento para a marinha nacional. Viu com muita satisfação a resolução de S.A.R. a respeito da Administração do Contrato do Tabaco em Portugal para o triénio de 1816-1818. Ainda não concluiu a impressão das suas "Recordaçõens", as quais não verão a luz do dia se a prévia autorização de V. Ex.ª "como bom juiz de opinião". Lembra que poderia ser útil à Coroa portuguesa se seguisse o exemplo de D. José I, se se obstasse à admissão de noviços nas casas religiosas "azillo do ocio, e sepultura de geraçoens", bem como ao ordinário dar ordens sacras sem a Real licença: com isto os objectivos seriam o aumento da população e uma melhoria ao clero que se ordenasse. Defende que S.A.R. deveria motivar as famílias Católicas Romanas da Irlanda , que muito são vexadas pela sua crença religiosa e embarcarem para o Brasil; e o mesmo na Alemanha, na Itália, Suiça e até mesmo na Espanha. Pede ao destinatário que conserve a sua saúde por ser de grande utilidade ao Real Serviço, pois todo o verdadeiro patriota "reconhece quanto de pouco tempo a esta parte tem melhorado os Concelhos no Real Gabinete dessa Corte". Viu a carta que o destinatário escreveu a Diogo. Comenta as partilhasfeitas a favor dos seus filhos: Diogo fica com todas as propriedades de raiz e mobília sem excepção. Em breve enviará a Diogo o seu neto de 18 anos que acaba de completar um curso de Química. Espera que a protecção do destinatário o neto Bernardo Daupiás há-de ver satisfeita a sua pretensão em Paris. Remete os fólios 273 a 288 das "Recordaçõens".
Cota atual
B-14(5, 13)
Idioma e escrita
POR (Português)
Características físicas e requisitos técnicos
Boa conservação [manchas de humidade]