Carta de Jácome Ratton
Nível de descrição
Documento simples
Código de referência
PT/UM-ADB/FAM/FAA-AAA/001918
Tipo de título
Atribuído
Título
Carta de Jácome Ratton
Datas de produção
1814-04-15
a
1814-04-15
Dimensão e suporte
4 pp. [3 pp. + 1 p. em branco]; 201 mm x 251 mm
Âmbito e conteúdo
Escreve esta carta com o único propósitode alcançar o bom sucesso do requerimento do neto Bernardo Daupiás. Refere-se também ao seu requerimento de Abril de 1810, que está em mãos do destinatário, no qual pedia a demissão do lugar da Real Junta [do Comércio], visto que as circunstâncias estão muito alteradas. O Portador da carta é o amigo José Balbino Barbosa Araújo, filho do Advogado de Lisboa, Barbosa Araújo, que depois de viúvo se fez clérigo e eleito Desembargador e Promotor da Relação Eclesiástica. O mesmo José balbino é favorecido pelo Embaixador de Londres e está encarregue de entregar os despachos ao governo. O mesmo pretende solicitar a nomeação para um consulado em França ou na Holanda. Informa que Daupiás não pode ausentar-se de Paris devido à Casa de Comércio bem acreditada que ali possui, e que com a parceria com seus tios de Londres e Lisboa muito mais poderá crescer. A Barbosa poderia ser útil o Consiulado de Rouen ou de Nantes, de Amsterdão ou de Hamburgo. Pede ao dest. que se informe do luto do autor junto de Barbosa. Pensa em dar à imprensa no próximo mês as "Recoradaçõens" de 64 anos de residência em Portugal, esperando que ninguém encontre motivos de ofensa nem das reflexões que sobre cada coisa diz com o sentido de ser útil à Pátria. Não existe intenção de agravar nem criticar, o único objecto é dar-se a conhecer. Remeterá ao destinatário vários exemplares. Como goza de boa saúde, espera iniciar em Julho a projectada jornada por esta ilha com o neto inácio ratton, que está a frequentar o curso de Química, e no regresso, no mês de Setembro, enviá-lo para o tio Diogo, enquanto o autor pensa em passar para o continente. Apesar da forte emigração que se fará sentir para o continente o seu filho não sairá de Londres. Não se atreve a fazer uma reflexão sobre as consequências na Europa, sobre o sucesso da França e da Espanha, onde considera não estar finda a revolução. Pergunta o que será do Brasil se a Corte regressar a Lisboa. Ouve dizer que no interior das nossas províncias há quem se ressinta da nova Constituição dos vizinhos. Defende que o monarca deve melhorar a sorte dos vassalos e não ser constrangido por eles. Assim, dever-se-iasuspender temporariamente a admiração dos noviços e ambos os sexos nos conventos; e mesmo de se dar ordens sacras para o Reino para se refazer de muita povoação que se perdeu e deois com facilidade de se extinguirem progressivamente os conventos, vender-lhe os bens a favor do Erário Régio. Basta que as paróquias estejam providas dos necessários ministros do altar. O Brasil não pode ser povoado sem sérias custas do Estado a não ser que se admitam por naturais famílias de qualquer país e de culto livre. Em breves anos cresceria aquele Estado. Como se escedeu nos comentários solicita ao destinatário que queime esta carta depois de a ler.
Cota atual
B-14(5, 7)
Idioma e escrita
POR (Português)
Características físicas e requisitos técnicos
Boa conservação