Carta de Ambrósio Joaquim dos Reis

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Carta de Ambrósio Joaquim dos Reis

Detalhes do registo

Nível de descrição

Documento simples   Documento simples

Código de referência

PT/UM-ADB/FAM/FAA-AAA/002026

Tipo de título

Atribuído

Título

Carta de Ambrósio Joaquim dos Reis

Datas de produção

1815-10-07  a  1815-10-07 

Dimensão e suporte

14 pp. [13 pp. + 1 p. em branco]; 237 mm x 363 mm

Âmbito e conteúdo

Escreve esta para aprofundar os importantes objectos que tratou na sua carta n.º 4, da qual foi portador o colega Manuel Rodrigues Gameiro. Trata dos factos que caracterizam o estado político actual da Europa; das novas combinações políticas que estes podem produzir nas relações entre diferentes potências; bem como das resoluções políticas gerais e seguras que devem ser urgentemente adoptadas para prevenir o futuro. Nos factos salienta: o Directório estabelecido pelas quatro grandes potências aliadas, formado em Viena e aprofundado em Paris; a aproximação entre a França e a Rússia que pode dissolver o referido Directório; as desinteligências entre a Rússia e a Prússia após as últimas negociações de Paris; as queixas do Imerador Alexandre e os reis de Wurtenberg e da Sardenha por terem sido afastados das negociações; os franceses que detestam a Prússia e estão indispostos com a Aústria e a Inglaterra; o aumento da influência da Rússia na Holanda, em detrimento da Inglaterra devido ao casamento do Príncipe de Orange com a Arquiduquesa da Rússia, causando graves consequências no comércio e navegação; que a Inglaterra nada fez por Portugal e não quer concluir as questões de Olivença e da Guiana para manter um pomo de discórdia entre nós, a Espanha e a França; o descontentamento em Espanha sem se poder calcular as consequências dos mesmos; descontentamento em França pelas humilhações e perdas que têm sofrido. Nas combinações políticas futuras salienta a provável aproximação ou mesmo aliança entre a França e a Rússia que, podem facilmente atrair a Holanda e Wurtemberg; a provável liga entre a Rússia, França, Aústria, Suécia e outras que pode vir a ameaçar a segurança da Alemanha ou da Turquia; o prolongamento da paz na Europa pode promover a decadência da marinha inglesa, e no caso de não acontecer, com a sua legislação marítima pode excitar todas as potências e declararem-se suas inimigas; novas revoluções em França que provoquem invasões dos aliados; possibilidade de nova revolução em Espanha. Na adopção de resoluções gerais salienta a necessidade de de nomear Ministros respeitáveis e sisudos para as principais Cortes; a organização do trabalho nas missões diplomáticas que garanta boas relações com outros países e que garanta a continuidade; não formar alianças com as grandes potências, senão a que aliança geral fixada em 8 de Abril em Viena; a aliança com a espanha não pode servir de ruína a Portugal, pois podemos ter de entrar em todas as guerras em que aquela esteja envolvida; devemos ajudar a Espanha a recobrar Buenos Aires em troca de Montevideo e os países adjacentes; empregar toda a contemplação necessária para firmar um novo Tratado de comércio com a Inglaterra; comenta a abolição da escravatura; pensar em efectuar melhoramentos internos em Portugal e no Brasil para aumentar a prosperidade e poder e manter o exército em disciplina respeitável; estabelecer comunicações regulares e seguras entre o Ministério e o governo de Portugal e os agentes diplomáticos portugueses. Em P.s. após ter escrito esta carta tomou conhecimento pelas gazetas da desagradável notícia da revolução na Corunha; e comenta a proclamação do General Porlier.

Cota atual

B-15(1, 26)

Idioma e escrita

POR (Português)

Características físicas e requisitos técnicos

Conservação razoável [restaurada; manchas de humidade]