Carta de António de Saldanha da Gama
Nível de descrição
Documento simples
Código de referência
PT/UM-ADB/FAM/FAA-AAA/002066
Tipo de título
Atribuído
Título
Carta de António de Saldanha da Gama
Datas de produção
1815-10-12
a
1815-10-12
Dimensão e suporte
8 pp. [5 pp. + 3 pp. em branco]; 201 mm x 253 mm
Âmbito e conteúdo
Justifica a falta de cartas. Participa que finalizou a sua longa viagem muito embora não tenha servido de nada a sua pressa em terminá-la conforme pode ser comprovado pelos ofícios expedidos. Infelizmente verificou-se o que o autor tinha profetizado quando ainda estava em Viena, sendo que todos os seus cuidados voltam-se agora para o comércio português em geral e em particular com a Rússia, que este ano atingiu elevados nivéis, parecendo dar ndícios de se desenvolver mais para o futuro. Informa que Lopes e Cunha formou uma casa portuguesa em São Petersburgo, Möller também aqui esteve em diligências com os seus correspondentes, e da Ilha da Madeira têm vindo algumas cargas. Todos os negociantes que ali se acham depositam as suas esperanças no destinatário e todos concordam com o autor de que é necessário proibir os navios possam importar géneros que não sejam da sua própria nação, por forma a estimular a navegação portuguesa, e que só aos portugueses seja lícito importar géneros de todas as nações, factor que deverá ser unido ao sistema de Direito de Porto, o que em poucos anos pode reerguer a marinha mercante, verdadeiro sustentáculo da marinha de guerra, único meio de se conservar o Brasil. Inúmeras pessoas têm perguntado pelo estado de saúde do destinatário, como a duquesa de Serra Capriola, a Princesa [Nathalie] Kourakin e a condessa de Litta - que apelidam o dest. de "la Fleur des Commandeurs". Tece comentários sobre a cidade. Foi apresentada à Imperatriz-mãe poucos dias após a sua chegada tal como a Grã-Duquesa Anna. Viveu em grande sobressalto pelo estado de saúde do destinatário, mas ontem Navarro comunicou-lhe que o mesmo já se encontrava em convalescença. Lamenta não receber notícias desse país desde Janeiro, e até o doutor Manuel Luís parece ter-se esquecido de si. Pede para que as cartas que lhe são dirigidas sejam enviadas para Londres ao cuidade de António Martins Pedra. Não tem grandes comentários a fazer sobre o infeliz estado em que a Europa actualmente se encontra, os quais só se pode encontrar em Paris. A cidade de ?Kanan? Foi quase toda devorada por um incêndio premeditado. Recebeu a tempo a decisão sobre a Sociedade de Jesus, cujos membros começaram aqui a manejar todos os meios possíveis para um ataque formal ao nosso governo. Informa da existência de um forte opositor ao comércio com Portugal, e que é liderado por Mr. de Gouriek, hoem teimoso e de poucos príncipios, prevendo que terá um àrduo trabalho para o convencer. Comenta a forma como os prisioneiros portugueses de 1812 foram aqui tratados, sugerindo que S.M. faça conhecer ao Imperador o seu reconhecimento, sendo esta a altura propícia; e que se deveria fazer o mesmo com o Príncipe de Korsakoff, ministro da Guerra, que fez os mais fortes esforços para que a tropa portuguesa fosse bem tratada, tendo inclusivé conseguido que os outros ministros tivessem mais consideração pelos negócios de Portugal. Sugere que se mande publicar alguns artigos sobre o Brasil em algumas gazetas alemães. Em P.s. relembra os negócios de Luís António de Abreu Lima.
Cota atual
B-9(7, 10)
Idioma e escrita
POR (Português)
Características físicas e requisitos técnicos
Boa conservação